sábado, 2 de março de 2013

Vai comprando tudo que quiser...

SÃO PAULO, SP, 2 de março (Folhapress) - O ato de fazer compras por impulso é um "mal" que acomete 85% dos brasileiros, segundo pesquisa divulgada na quarta-feira pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito). De acordo com o estudo que ouviu 646 consumidores, ansiedade e insatisfação com a própria aparência são os principais motivos que levam os brasileiros a fazerem compras sem planejamento. 
De quatro em cada dez entrevistados (43%) admitem fazer compras por impulso em momentos de ansiedade, tristeza ou angústia. Em nota, o SPC avalia que esse tipo de consumo descontrolado serve como uma espécie de recompensa emocional para esse consumidores. Entre os que fazem compras movidas por impulsos emocionais, a ansiedade por um evento que se aproxima (festas, jantares e viagens, por exemplo) é o motivo mais decisivo entre consumidores de classes A e B. 
Por outro lado, a baixa autoestima (insatisfação com a própria aparência) é a razão mais citada entre consumidores das classes C e D. "Na busca pelo prazer imediato ou para exibir um estilo de vida que não condiz com a própria renda, o comprador se alivia momentaneamente, sem se importar com o futuro do próprio bolso", diz a economista do SPC Brasil Ana Paula Bastos, em nota. 
Parcelas 
Cerca de 85% dos entrevistados disse pedir descontos quando faz compras à vista. No entanto, 37% dos consumidores ouvidos disse que só observa se o valor mensal da parcela cabe no próprio bolso e não leva em consideração a taxa de juros embutida no financiamento. 
"Esse comportamento é ainda mais marcante nas classes C e D (42% contra 30% nas A e B), porque são consumidores que estão aprendendo a lidar com o crédito e que têm costume de fazer compras -principalmente as de maior valor- parceladas", explica Bastos. 
Poupança 
No total, quatro em cada dez entrevistados (42%) gastam tudo o que ganham e não conseguem poupar. 
Considerando somente consumidores das classes C e D, o percentual é ainda maior, chegando a 53% ante 28% nas classes A e B. 
"Isso se deve à menor renda disponível nas classes C e D, impossibilitando estas pessoas de guardarem um pouco de seus salários, depois de pagar as contas primárias como aluguel, água, luz e telefone", explica a economista. Em uma situação hipotética de perda total das fontes de rendimentos, 30% dos consumidores admitiram que não conseguiriam manter o atual padrão de vida nem por um mês. Já 35% respondeu que conseguiria mantê-lo de um a três meses. 
Cerca de 17% deles conseguiriam por quatro a seis meses e 10% entre sete e doze meses. Apenas 7% da população conseguiria manter-se firme nessa situação por mais de um ano. 
Investimento 
O levantamento também revelou que 74% dos brasileiros não possui qualquer tipo de investimento, como poupança. 
O baixo percentual de investidores entre os consumidores é reflexo da falta de conhecimento do brasileiro sobre como e onde aplicar o próprio dinheiro. 
"Apesar de a pesquisa apontar que 72% dos entrevistados se consideram aptos a fazer a administração das finanças de casa, o que se percebe é que o brasileiro não tem noções básicas de orçamento doméstico e não sabe lidar com o próprio dinheiro", afirma Bastos.  

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