domingo, 17 de março de 2013

Animais silvestres invadem as cidades


Em Uberlândia, índice é quase 16% maior, diz Polícia Ambiental.
Números de 2011 são comparados com mesmo período de 2010.

Onça foi apreendida próxima à cidade (Foto: Polícia Ambiental)Onça foi apreendida próxima à cidade
(Foto: Polícia Ambiental)
O número de animais silvestres capturados na zona urbana de Uberlândia no primeiro semestre deste ano é 15,84% maior que o registrado no mesmo período do ano passado, segundo a Polícia Ambiental. Foram encontrados 117 mamíferos em 2011 contra 101 em 2010. Este tipo de exemplo ocorre mais em épocas de estiagem, quando é registrado maior número de incêndios na vegetação da região. Contudo, as chuvas já começaram e os animais continuam aparedendo em fazendas e na cidade.
Em Uberlândia, somente entre os meses de maio e junho, por exemplo, foram recolhidos 43 animais, 79,16% a mais que nos mesmos meses do ano anterior. O aumento, de acordo com a Polícia Ambiental, está relacionado ao crescimento da extinção do cerrado, segundo maior bioma brasileiro e o principal da região.
“A agricultura no Triângulo Mineiro está se fortalecendo, bem como as áreas destinadas a loteamentos e condomínios residenciais. Essa transformação faz com que os animais percam suas condições de abrigo e fonte de alimentos. As queimadas também contribuem para esse processo. Ao se sentir ameaçado, o bicho sai do seu habitat e tenta procurar proteção em outro lugar”, disse o capitão Carlos Magno, comandante da 9ª Cia de Meio Ambiente e Trânsito Rodoviário de Uberlândia.
Para o professor responsável pelo setor de veterinária da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), André Quagliatto, os motivos para as alterações ambientais que resultam em mudança de comportamento dos animais silvestres vão além.
De acordo com ele, a legislação vigente determina que pelo menos 20% das áreas verdes particulares sejam preservadas, porém, não determina que sejam mantidos os corredores ecológicos, que funcionam como um canal de ligação entre as áreas verdes.
“Essas áreas isoladas não são suficientes para atender as necessidades de sobrevivência dos animais e, em Áreas de Preservação Permanente (APPs), também há degradação”, explicou.
Dependendo do prejuízo, o ônus à natureza pode ser irreversível, segundo o consultor ambiental Eduardo Bevilaqua.“Principalmente se há registro de áreas semelhantes nas proximidades, o que dificulta a disseminação de sementes. Em casos de vegetação arbustiva, a recuperação pode levar, em média, 60 anos”, destacou.
Para o consultor, a criação de áreas verdes urbanas, de parques ecológicos e de um cinturão verde ao redor da cidade proporcionaria melhor qualidade de vida tanto para a população quanto para os animais.
  •  
Tamanduá provavelmente foi abandonado pela mãe (Foto: Polícia Ambiental)Mudanças em rodovia podem ter alterado a rotina
(Foto: Polícia Ambiental)
Cobras estão entre os animais mais recolhidos
Duas cobras, sendo uma jibóia e uma urutu, foram recolhidas em menos de 72 horas, no início da segunda quinzena de outubro, em Uberlândia. A primeira foi encontrada na BR-497, próximo ao posto de fiscalização da Polícia Rodoviária Estadual (PRF).
De acordo com o capitão Carlos Magno, comandante da 9ª Cia de Meio Ambiente e Trânsito Rodoviário, o animal seria levado para uma reserva ambiental. “Onde ele estava corria o risco de ser atropelado”, disse.
Já a urutu foi recolhida por profissionais do Hospital Veterinário da UFU. Ela estava dentro da piscina de uma chácara, localizada às margens da BR-365, no perímetro urbano. Segundo o professor André Quagliatto, “as mudanças de ampliação que acontecem atualmente na rodovia podem ter mudado a rotina das presas da urutu, fazendo com que ela buscasse alimento em outro local”.
Tamanduá provavelmente foi abandonado pela mãe (Foto: Polícia Ambiental)Tamanduá provavelmente foi abandonado pela
mãe (Foto: Polícia Ambiental)
Ainda de acordo com ele, atualmente o hospital mantém quatro filhotes de tamanduás-bandeira com idades entre quatro e cinco meses, provavelmente abandonados pelas mães durante queimadas florestai, um filhote de gato do mato de dois meses e um lobo-guará de cinco meses que também foram encontrados órfãos, possivelmente pelo mesmo motivo.
Caso alguém encontre animais silvestres em locais urbanos de Uberlândia deve entrar em contato com a Polícia Ambiental pelo telefone 181ou com o Hospital Veterinário da UFU pelo (34) 3218-2696.
Fonte:g1

sábado, 2 de março de 2013

Vai comprando tudo que quiser...

SÃO PAULO, SP, 2 de março (Folhapress) - O ato de fazer compras por impulso é um "mal" que acomete 85% dos brasileiros, segundo pesquisa divulgada na quarta-feira pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito). De acordo com o estudo que ouviu 646 consumidores, ansiedade e insatisfação com a própria aparência são os principais motivos que levam os brasileiros a fazerem compras sem planejamento. 
De quatro em cada dez entrevistados (43%) admitem fazer compras por impulso em momentos de ansiedade, tristeza ou angústia. Em nota, o SPC avalia que esse tipo de consumo descontrolado serve como uma espécie de recompensa emocional para esse consumidores. Entre os que fazem compras movidas por impulsos emocionais, a ansiedade por um evento que se aproxima (festas, jantares e viagens, por exemplo) é o motivo mais decisivo entre consumidores de classes A e B. 
Por outro lado, a baixa autoestima (insatisfação com a própria aparência) é a razão mais citada entre consumidores das classes C e D. "Na busca pelo prazer imediato ou para exibir um estilo de vida que não condiz com a própria renda, o comprador se alivia momentaneamente, sem se importar com o futuro do próprio bolso", diz a economista do SPC Brasil Ana Paula Bastos, em nota. 
Parcelas 
Cerca de 85% dos entrevistados disse pedir descontos quando faz compras à vista. No entanto, 37% dos consumidores ouvidos disse que só observa se o valor mensal da parcela cabe no próprio bolso e não leva em consideração a taxa de juros embutida no financiamento. 
"Esse comportamento é ainda mais marcante nas classes C e D (42% contra 30% nas A e B), porque são consumidores que estão aprendendo a lidar com o crédito e que têm costume de fazer compras -principalmente as de maior valor- parceladas", explica Bastos. 
Poupança 
No total, quatro em cada dez entrevistados (42%) gastam tudo o que ganham e não conseguem poupar. 
Considerando somente consumidores das classes C e D, o percentual é ainda maior, chegando a 53% ante 28% nas classes A e B. 
"Isso se deve à menor renda disponível nas classes C e D, impossibilitando estas pessoas de guardarem um pouco de seus salários, depois de pagar as contas primárias como aluguel, água, luz e telefone", explica a economista. Em uma situação hipotética de perda total das fontes de rendimentos, 30% dos consumidores admitiram que não conseguiriam manter o atual padrão de vida nem por um mês. Já 35% respondeu que conseguiria mantê-lo de um a três meses. 
Cerca de 17% deles conseguiriam por quatro a seis meses e 10% entre sete e doze meses. Apenas 7% da população conseguiria manter-se firme nessa situação por mais de um ano. 
Investimento 
O levantamento também revelou que 74% dos brasileiros não possui qualquer tipo de investimento, como poupança. 
O baixo percentual de investidores entre os consumidores é reflexo da falta de conhecimento do brasileiro sobre como e onde aplicar o próprio dinheiro. 
"Apesar de a pesquisa apontar que 72% dos entrevistados se consideram aptos a fazer a administração das finanças de casa, o que se percebe é que o brasileiro não tem noções básicas de orçamento doméstico e não sabe lidar com o próprio dinheiro", afirma Bastos.