Em Uberlândia, índice é quase 16% maior, diz Polícia Ambiental.
Números de 2011 são comparados com mesmo período de 2010.
O número de animais silvestres capturados na zona urbana de Uberlândia no primeiro semestre deste ano é 15,84% maior que o registrado no mesmo período do ano passado, segundo a Polícia Ambiental. Foram encontrados 117 mamíferos em 2011 contra 101 em 2010. Este tipo de exemplo ocorre mais em épocas de estiagem, quando é registrado maior número de incêndios na vegetação da região. Contudo, as chuvas já começaram e os animais continuam aparedendo em fazendas e na cidade.
Em Uberlândia, somente entre os meses de maio e junho, por exemplo, foram recolhidos 43 animais, 79,16% a mais que nos mesmos meses do ano anterior. O aumento, de acordo com a Polícia Ambiental, está relacionado ao crescimento da extinção do cerrado, segundo maior bioma brasileiro e o principal da região.
“A agricultura no Triângulo Mineiro está se fortalecendo, bem como as áreas destinadas a loteamentos e condomínios residenciais. Essa transformação faz com que os animais percam suas condições de abrigo e fonte de alimentos. As queimadas também contribuem para esse processo. Ao se sentir ameaçado, o bicho sai do seu habitat e tenta procurar proteção em outro lugar”, disse o capitão Carlos Magno, comandante da 9ª Cia de Meio Ambiente e Trânsito Rodoviário de Uberlândia.
Para o professor responsável pelo setor de veterinária da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), André Quagliatto, os motivos para as alterações ambientais que resultam em mudança de comportamento dos animais silvestres vão além.
De acordo com ele, a legislação vigente determina que pelo menos 20% das áreas verdes particulares sejam preservadas, porém, não determina que sejam mantidos os corredores ecológicos, que funcionam como um canal de ligação entre as áreas verdes.
“Essas áreas isoladas não são suficientes para atender as necessidades de sobrevivência dos animais e, em Áreas de Preservação Permanente (APPs), também há degradação”, explicou.
Dependendo do prejuízo, o ônus à natureza pode ser irreversível, segundo o consultor ambiental Eduardo Bevilaqua.“Principalmente se há registro de áreas semelhantes nas proximidades, o que dificulta a disseminação de sementes. Em casos de vegetação arbustiva, a recuperação pode levar, em média, 60 anos”, destacou.
Para o consultor, a criação de áreas verdes urbanas, de parques ecológicos e de um cinturão verde ao redor da cidade proporcionaria melhor qualidade de vida tanto para a população quanto para os animais.
Mudanças em rodovia podem ter alterado a rotina
Cobras estão entre os animais mais recolhidos
Duas cobras, sendo uma jibóia e uma urutu, foram recolhidas em menos de 72 horas, no início da segunda quinzena de outubro, em Uberlândia. A primeira foi encontrada na BR-497, próximo ao posto de fiscalização da Polícia Rodoviária Estadual (PRF).
Duas cobras, sendo uma jibóia e uma urutu, foram recolhidas em menos de 72 horas, no início da segunda quinzena de outubro, em Uberlândia. A primeira foi encontrada na BR-497, próximo ao posto de fiscalização da Polícia Rodoviária Estadual (PRF).
De acordo com o capitão Carlos Magno, comandante da 9ª Cia de Meio Ambiente e Trânsito Rodoviário, o animal seria levado para uma reserva ambiental. “Onde ele estava corria o risco de ser atropelado”, disse.
Já a urutu foi recolhida por profissionais do Hospital Veterinário da UFU. Ela estava dentro da piscina de uma chácara, localizada às margens da BR-365, no perímetro urbano. Segundo o professor André Quagliatto, “as mudanças de ampliação que acontecem atualmente na rodovia podem ter mudado a rotina das presas da urutu, fazendo com que ela buscasse alimento em outro local”.
Ainda de acordo com ele, atualmente o hospital mantém quatro filhotes de tamanduás-bandeira com idades entre quatro e cinco meses, provavelmente abandonados pelas mães durante queimadas florestai, um filhote de gato do mato de dois meses e um lobo-guará de cinco meses que também foram encontrados órfãos, possivelmente pelo mesmo motivo.
Caso alguém encontre animais silvestres em locais urbanos de Uberlândia deve entrar em contato com a Polícia Ambiental pelo telefone 181ou com o Hospital Veterinário da UFU pelo (34) 3218-2696.
Fonte:g1
Fonte:g1
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